O Ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, trouxe a público uma situação preocupante relativa às finanças do país na sequência de uma reunião do Conselho de Ministros. Contrariando a percepção de saúde financeira transmitida pelo executivo anterior, Miranda Sarmento revelou que o país enfrenta um défice de 600 milhões de euros até ao final de março e que as reservas financeiras foram significativamente comprometidas.
De acordo com o Ministro, o governo anterior teria utilizado de forma imprudente metade dos 500 milhões de euros da reserva provisional, destinada a despesas extraordinárias, já no primeiro trimestre. Além disso, foram aprovadas despesas excecionais que totalizam 1080 milhões de euros, sendo que 950 milhões de euros foram autorizados após as eleições.
O ministro também apontou para a aprovação de medidas sem a devida cobertura orçamental, que incluem 100 milhões de euros para apoio aos agricultores afetados pela seca, 127 milhões de euros destinados a vacinas para a COVID-19, e 200 milhões de euros para a Parque Escolar. Estas resoluções, segundo Miranda Sarmento, não possuem “cabimento orçamental”, aumentando a incerteza sobre a sustentabilidade das finanças públicas.
Esta revelação do ministro das Finanças aponta para uma gestão financeira questionável do governo anterior, levantando dúvidas sobre a verdadeira estabilidade financeira do país e a adequação das políticas orçamentais implementadas até o momento.