Com o custo de vida a subir, as famílias portuguesas estão cada vez mais a recorrer a créditos ao consumo para conseguir cobrir as suas despesas diárias. Esta tendência surge em contraste com a diminuição dos novos pedidos de crédito à habitação, bem como uma queda na taxa de juro média destes contratos.
A taxa de juro média para novos créditos à habitação registou uma descida para 3,91% em fevereiro, marcando o quinto mês consecutivo de redução. Apesar das taxas de juro elevadas, o aperto financeiro provocado pelo aumento do custo de vida está a levar as famílias a pedir mais empréstimos aos bancos, embora a procura por crédito à habitação esteja a diminuir.
A Euribor, referência para a maioria dos créditos à habitação em Portugal, tem vindo a descer, o que também resultou numa diminuição das renegociações de créditos à habitação em fevereiro. Neste mês, foram renegociados empréstimos num total de 642 milhões de euros, uma quantia inferior à registada em janeiro.
De acordo com o Banco de Portugal, a prestação média mensal do crédito à habitação manteve-se estável em relação a janeiro, fixando-se em 426 euros. Este valor é uma média e varia conforme o montante do crédito de cada família.
Os juros influenciam tanto os detentores de créditos como os que possuem depósitos a prazo. Com a antecipação de um corte nos juros em junho, os bancos já começaram a reduzir a remuneração oferecida nos novos depósitos a prazo, que recuou pelo segundo mês consecutivo. Atualmente, a taxa média situa-se em 2,8%, distante dos valores mais altos oferecidos por alguns bancos quando os juros estavam no seu pico.