Uma inovação esperançosa está a caminho para pacientes com melanoma, um dos tipos de cancro de pele mais letais. As farmacêuticas Moderna e MSD desenvolveram uma vacina personalizada de mRNA que mostra resultados promissores em melhorar significativamente as chances de sobrevivência e em impedir o retorno do cancro.
O tratamento, atualmente em sua fase final de testes liderados pelo University College London Hospitals NHS Foundation Trust (UCLH), utiliza uma abordagem inovadora para treinar o sistema imunológico a combater o tipo específico de cancro do paciente. Este método personalizado envolve a remoção de uma amostra do tumor do paciente, seguida por um sequenciamento de DNA para identificar neoantígenos – proteínas produzidas pelas células cancerosas que desencadeiam uma resposta imune.
Esses neoantígenos são então utilizados para criar uma vacina de mRNA que instrui o corpo do paciente a produzir proteínas específicas do tumor neoantígeno. Uma vez injetada, a vacina provoca uma reação do sistema imunológico, que responde criando células T lutadoras que atacam o tumor e eliminam as células cancerosas.
Os ensaios clínicos mostraram resultados notáveis. Os participantes que receberam a vacina juntamente com a droga imunoterápica pembrolizumab (Keytruda) tiveram uma probabilidade quase 50% menor de morrer ou ter o cancro retornar após três anos, comparados aos que receberam apenas Keytruda. Os pacientes recebem um miligrama da vacina de mRNA a cada três semanas por um máximo de nove doses, e 200 miligramas de Keytruda a cada três semanas (máximo de 18 doses) durante cerca de um ano.
Dr. Heather Shaw, investigadora principal do UCLH, expressou otimismo, descrevendo a terapia como “uma das coisas mais excitantes que vimos em muito tempo”. Com efeitos colaterais relativamente toleráveis, como cansaço e dor no local da injeção, a vacina promete ser uma opção de tratamento revolucionária.
Prevê-se que a vacina de mRNA para melanoma possa estar disponível até 2025, dependendo dos resultados do ensaio clínico de fase três, que incluirá uma gama mais ampla de pacientes e cerca de 1.100 participantes em vários centros do Reino Unido.
Além do melanoma, a estratégia de vacinação está sendo explorada para tratar outros tipos de cancro, como pulmão, bexiga e rim, sinalizando uma nova era promissora na luta contra o cancro.