A presidente da Junta da Extremadura, María Guardiola, rejeitou categoricamente que Olivença seja tema de discussão, reforçando a posição de que a localidade é “espanhola desde 1801 e vai continuar a ser”. As suas declarações surgem após Nuno Melo, ministro da Defesa de Portugal, afirmar que Olivença “é portuguesa, naturalmente”, provocando um breve ressurgimento de uma questão histórica há muito adormecida.
“Discussão Fora da Mesa”: O Fim de Uma Questão Centenária?
María Guardiola, líder da Extremadura, declarou que o debate sobre Olivença “não faz sentido neste momento”, minimizando a relevância da questão e destacando as excelentes relações entre Portugal e Espanha, construídas ao longo das últimas décadas de cooperação transfronteiriça. Para a governante, é inegável que os dois países avançaram como “parceiros europeus e irmãos”, e qualquer discussão sobre Olivença pertence a um passado longínquo.
Reacção a Nuno Melo: Uma Opinião Pessoal Sem Peso Oficial
As palavras de Guardiola surgem em resposta às declarações de Nuno Melo, que na cerimónia do Regimento de Cavalaria N.º 3 em Estremoz, reiterou que, segundo o tratado de Alcanizes, Olivença deveria ser entregue a Portugal. Melo fez questão de sublinhar que a sua posição é pessoal e não representa o governo liderado por Luís Montenegro.
Apesar disso, a reação em Espanha foi imediata. O presidente da câmara de Olivença, Manuel José González Andrade, criticou os discursos que “tentam dividir ou confrontar” sem considerar os interesses da população, frisando o orgulho da cidade pela sua história e identidade única na Península Ibérica.
A Questão Histórica: Olivença Entre Dois Países
Olivença, atualmente com cerca de 12 mil habitantes, é uma cidade que Portugal reivindica desde o tratado de Alcanizes de 1297. No entanto, foi anexada por Espanha em 1801, na sequência da Guerra das Laranjas, e, apesar do Congresso de Viena de 1817 ter reconhecido a soberania portuguesa, permanece sob domínio espanhol até hoje.
A controvérsia sobre Olivença parece, no entanto, estar mais próxima de ser uma nota de rodapé na história do que uma questão política ativa. Com a liderança da Extremadura a desvalorizar o tema e a relação diplomática entre Portugal e Espanha mais forte do que nunca, o debate sobre Olivença parece ter sido mais uma breve faísca num fogo há muito apagado.