O Primeiro-Ministro de Portugal, Luís Montenegro, defendeu esta terça-feira que não existe qualquer intenção de saneamento político na recente exoneração da provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), Ana Jorge. As declarações foram feitas à margem da sua visita à feira agropecuária Ovibeja, em Beja, que começou hoje.
“Eu creio que é preciso dar ao país sinais de normalidade no funcionamento da nossa democracia. Não há saneamento político nenhum”, assegurou Montenegro, respondendo a questões dos jornalistas sobre as críticas que surgiram após a decisão de exonerar a administração da SCML.
Segundo o Primeiro-Ministro, as preocupações expressas por alguns sectores quanto a um possível saneamento político derivam do desejo de “garantir a manutenção de alguma afinidade partidária das pessoas que vão cessar funções”. Montenegro sublinhou que essa não é uma preocupação do Governo, enfatizando que as exonerações não se devem a razões políticas.
Montenegro destacou ainda a “situação dificílima” em que se encontra a Santa Casa, tanto financeiramente quanto na capacidade de garantir e salvaguardar as suas funções sociais, algo que o Governo pretende resolver com urgência. “É preciso que haja, por parte da tutela, total sintonia com a respetiva administração para se cumprirem as orientações de política que emanam do novo Governo”, frisou o Primeiro-Ministro, reiterando o compromisso do executivo em assegurar a estabilidade e eficácia da gestão na instituição.