Em meio a uma onda de tumultos nos bairros da Área Metropolitana de Lisboa, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou ser “prematuro” visitar as zonas afetadas, atendendo às recomendações das forças de segurança. Contudo, o chefe de Estado anunciou que pretende ir aos municípios mais atingidos nos próximos dias, acompanhado do primeiro-ministro Luís Montenegro.
Marcelo sublinhou a importância de tirar lições desses episódios de violência, defendendo a legitimidade do confronto político enquanto parte da democracia. “Não quero entrar nessa luta política, que é legítima,” afirmou, evitando comentários sobre os debates parlamentares. “Prefiro olhar para o que se passa na sociedade,” disse ele, destacando o papel da democracia em permitir expressões diversas.
Na sua visita a Lisboa na noite de quinta-feira, Marcelo indicou que a deslocação aos bairros afetados será “oportunamente” realizada, em parceria com o governo. “Vale a pena esperar uns dois ou três dias”, destacou, referindo que é “dado ao Governo” o papel principal no enfrentamento dos conflitos atuais.
Manifestações e Segurança em Lisboa
Com manifestações marcadas para o próximo sábado – uma em memória de Odair Moniz, jovem baleado pela polícia, e outra organizada pelo partido Chega em defesa das forças de segurança – Marcelo Rebelo de Sousa reforçou a necessidade de respeitar as regras e manter o civismo, afirmando que manifestações são “fenômenos democráticos” comuns.
Para o presidente, a pacificação é essencial, sobretudo quando considera os receios dos cidadãos que “não querem o carro incendiado” ou outros “níveis de violência indesejáveis”. Ele frisou que a estabilidade social deve ser prioridade, apontando para a importância de reforçar a segurança e a ordem pública.
Medidas Prometidas Pelo Governo
Após reunião entre o Governo e líderes das câmaras municipais da Área Metropolitana de Lisboa, foram anunciadas medidas para intensificar a segurança, incluindo mais policiamento presencial e vigilância digital. A promessa é de aumentar a presença policial nos transportes públicos, atendendo às demandas dos autarcas por uma “polícia de proximidade” mais visível e com melhores condições de trabalho.
“Algumas lições importantes para o futuro já estão sendo tiradas,” comentou Marcelo, destacando a necessidade de os cidadãos sentirem uma “perceção de prontidão” das forças de segurança. O Presidente acredita que as medidas poderão dar aos lisboetas motivos para acreditar na segurança e na ordem pública nas próximas semanas.