A Operação Maestro desvendou um esquema suspeito de fraude com fundos europeus, tendo como figura central Manuel Serrão, conhecido por ter gerido a Associação Selectiva Moda. Esta investigação, que levou à realização de 78 buscas, revelou que Serrão teria vivido oito anos no Hotel Sheraton do Porto, com despesas que ultrapassam os 372 mil euros entre 2015 e 2023, supostamente cobertas por fundos europeus.
O Esquema
O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) suspeita que os custos associados à estadia prolongada de Manuel Serrão no Sheraton do Porto foram imputados aos projetos da Selectiva Moda ou financiados, ainda que indiretamente, por fundos europeus. Este financiamento teria sido realizado através de esquemas de faturação fictícia e circulação de fundos. Nem Serrão nem a gerência do Sheraton prestaram comentários sobre as alegações.
Os Suspeitos
Além de Manuel Serrão, considerado o “mentor” deste alegado esquema, outros nomes surgem como suspeitos, incluindo o jornalista Júlio Magalhães, António Sousa Cardoso, ex-líder da Associação de Jovens Empresários, e António Branco e Silva. A investigação aponta que as entidades beneficiárias controladas por estes suspeitos conseguiram a aprovação e pagamento de incentivos no valor global de, pelo menos, 38.938.631,46 euros.
A Gestão da Selectiva Moda
Apesar de João Oliveira e Costa constar formalmente como presidente da Selectiva Moda, com Manuel Serrão e Paulo Vaz como vogais, o Ministério Público (MP) afirma que Serrão é “o único decisor da gestão diária e financeira” da associação. Ele é acusado de instruir e dirigir a atuação das colaboradoras e determinar os pagamentos às entidades fornecedoras, especialmente no âmbito de projetos cofinanciados.
Conclusão
A Operação Maestro lança luz sobre um complexo esquema de fraude com fundos europeus, colocando em xeque a gestão de recursos destinados a fomentar o desenvolvimento e a inovação. As suspeitas em torno de Manuel Serrão e outros envolvidos sublinham a importância de mecanismos de fiscalização e transparência na alocação e utilização de fundos comunitários.