Num discurso marcante em Paris, o presidente francês Emmanuel Macron proclamou que a Europa “pode morrer” caso não fortaleça a sua capacidade militar em meio ao conflito Rússia-Ucrânia e não realize reformas econômicas e comerciais profundas para competir com a China e os Estados Unidos. Durante quase duas horas de exposição, Macron destacou a lentidão e a falta de ambição do continente, enfatizando a necessidade de a União Europeia se afirmar como uma superpotência, defender as suas próprias fronteiras e falar com uma só voz para prosperar e sobreviver.
“A nossa Europa hoje é mortal,” disse Macron. “Ela pode morrer, e isso depende exclusivamente das nossas escolhas.” A agressão de Moscou na Ucrânia foi descrita por ele como uma ameaça existencial, sublinhando que a Europa não está suficientemente armada para se defender de uma potência como a Rússia, que atua sem inibições ou limites. “Não se pode permitir que a Rússia vença,” insistiu o presidente francês.
Além do desafio militar, Macron criticou a postura dos Estados Unidos e da China no cenário global do comércio, acusando ambas as potências de não respeitarem as regras do comércio mundial ao reforçarem proteções e subsídios enquanto a indústria europeia permanece aberta e fortemente regulamentada. “Façamos o mesmo; estamos em competição,” instou ele.
Na Polônia, o Ministro das Relações Exteriores, Radek Sikorski, ecoou sentimentos similares, pedindo à OTAN que aumente a sua prontidão militar e expressando o desejo do governo polonês de estar no centro da tomada de decisões da UE. Este conjunto de declarações de líderes europeus sublinha um momento de reflexão crítica e a busca por uma postura mais robusta e unificada para garantir o futuro da Europa no cenário mundial.