A RIM, empresa responsável pela construção da casa de luxo do agora demissionário presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, em São Vicente, viu os seus contratos aumentarem exponencialmente após a conclusão da obra. Segundo o jornal “Correio da Manhã“, nos anos anteriores a este projeto, a fatura da RIM rondava os dois milhões de euros, mas entre abril de 2020 e março de 2024, a empresa garantiu contratos no valor de 100 milhões de euros.
A construção da moradia, que decorreu entre junho de 2020 e maio de 2021, não é estranha a polémicas, tendo já sido alvo de controvérsia no que toca ao pagamento do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI). Inicialmente, Albuquerque pagava apenas 99 euros anuais de IMI pela propriedade, mas uma revisão subsequente pelo Fisco aumentou este valor em 436%, fixando-o em 531 euros por ano. Este ajuste levantou questões acerca da avaliação inicial do imóvel e das suas implicações fiscais.
Este cenário tem levantado suspeitas e debates acerca das relações entre políticos e empresas de construção na região, com a comunidade a questionar a integridade dos processos de adjudicação de contratos públicos. A súbita escalada nos contratos obtidos pela RIM após a construção da residência de luxo do presidente sugere uma ligação que muitos consideram questionável, colocando em cheque a transparência e a justiça na atribuição de projetos públicos na Madeira.