Durante uma visita oficial a Cabo Verde, o Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, reiterou a sua consonância com as políticas do governo liderado por Luís Montenegro relativamente às reparações coloniais, uma questão que gerou amplo debate e polémica nas últimas semanas.
Em declarações proferidas na cidade da Praia, Marcelo desmentiu qualquer arrependimento pelas suas declarações anteriores, sublinhando o valor da liberdade de expressão em Portugal, uma liberdade que defende ser plenamente exercida no Parlamento.”É evidente que estou alinhado com o Governo”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentando que o executivo teve “toda a razão” ao emitir um comunicado oficial em resposta às suas declarações.
O comunicado do governo, emitido na semana passada, enfatizava que não estão previstas ações específicas de reparações pelo passado colonial, mantendo a linha dos governos antecessores.O presidente também projetou um futuro com mais projetos de cooperação, indicando que este é um processo contínuo que enfrenta novos desafios.
Marcelo mencionou ainda a importância de Portugal assumir responsabilidades por atos durante o período colonial e sugeriu ações como o perdão de dívidas e o aumento do financiamento e cooperação como formas de reparar os erros históricos.
Essas declarações seguem uma onda de reações mistas dentro do país, incluindo críticas de figuras políticas como André Ventura, líder do partido Chega, que propôs um voto de condenação ao Presidente, mostrando o quão divisivo o tema das reparações coloniais pode ser em Portugal.