André Ventura, líder do Chega, afirmou que o livro “Identidade e Família”, coordenado por Pedro Passos Coelho, ex-primeiro-ministro e figura proeminente do PSD, está mais alinhado com as ideologias do Chega do que com as da Aliança Democrática (AD). Esta declaração surge num contexto em que o PSD, segundo Ventura, decidiu não seguir o caminho que poderia integrar uma “frente de direita” mais ampla.
Ventura destacou que o conteúdo do livro, que aborda temas como identidade de género, cultura da vida, autoridade policial, reforma da Justiça, e a economia liberal e de iniciativa privada, reflete as posições que o Chega tem defendido. “Passos Coelho tem aparecido repetidas vezes a dizer à AD que o caminho não é por aí, é por aqui, por onde o Chega está a trilhar”, afirmou Ventura aos jornalistas.
O livro “Identidade e Família” compila 22 contributos de vozes conservadoras contra o que consideram ser a “destruição da família” tradicional, apresentando uma crítica à “ideologia de género” e associando a “disforia de género” a patologias psiquiátricas. Na introdução, o livro aponta para iniciativas legislativas recentes em Portugal que, na visão dos autores, prejudicam a instituição familiar.
Esta tomada de posição de Ventura sugere uma aproximação ideológica entre o Chega e as ideias expressas por Passos Coelho, destacando uma potencial divisão dentro do espectro político de direita em Portugal.