Num momento chocante, JD Vance, candidato a vice-presidente dos Estados Unidos pelo Partido Republicano, admitiu publicamente que está disposto a “criar histórias” para captar a atenção dos media. O escândalo surgiu quando Vance defendeu a propagação de rumores falsos e racistas, acusando migrantes haitianos de sequestrar e comer animais de estimação na cidade de Springfield, Ohio.
Durante uma entrevista na CNN, Vance afirmou que é necessário “inventar histórias” para que os media prestem atenção ao sofrimento do povo americano. Questionado pela apresentadora Dana Bash sobre se o rumor era uma criação sua, Vance confirmou: “Sim!”, alegando que os seus comentários foram baseados em “relatos de constituintes”.
Uma Confissão que Envolveu Pete Buttigieg e Reações de Repúdio
A confissão de Vance foi rapidamente condenada pelo secretário dos Transportes dos EUA, Pete Buttigieg, que qualificou a admissão como uma prova clara da disposição de Vance para mentir descaradamente e desviar a atenção de questões críticas como direitos reprodutivos e emprego.
Mas Vance não se deteve apenas na criação de falsas narrativas: insultou ainda a comunidade haitiana de Springfield, acusando-os de serem “ilegais”, apesar de a maioria estar legalmente no país sob o estatuto de proteção temporária.
Rumores Xenófobos e Ameaças de Bomba: As Consequências das Mentiras
As mentiras espalhadas por Vance e apoiadas por Donald Trump já resultaram em ameaças de bomba contra hospitais e edifícios governamentais em Springfield. Apesar disso, Vance recusou qualquer responsabilidade, preferindo culpar os media por “amplificarem as piores pessoas do mundo” ao reportar estes acontecimentos.
Apesar de a comunidade haitiana ter sido fundamental para a economia local, especialmente após a pandemia de Covid-19, os republicanos parecem decididos a capitalizar o descontentamento dos eleitores em relação à imigração, não hesitando em alimentar rumores xenófobos.
Ataques Pessoais e Racistas: Vance Tenta Distanciar-se
Outro ponto polémico foi o comentário racista de Laura Loomer, uma aliada de Trump, que afirmou que a Casa Branca “cheiraria a caril” se Kamala Harris, que tem ascendência indiana, vencesse as eleições. Vance, cuja esposa também é de origem indiana, tentou minimizar o incidente com uma piada: “Faço um caril de frango excelente”, mas afastou-se da controvérsia, afirmando que o foco deveria estar nas políticas, não em preferências culinárias.
Com uma campanha marcada por controvérsias, mentiras e ataques racistas, JD Vance continua a defender uma postura incendiária, que, apesar de polarizar a opinião pública, não parece estar a abalar a sua candidatura. No entanto, as suas próprias palavras podem ser a sua maior ameaça na corrida para a vice-presidência.