A Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, mantém firme a determinação de prosseguir com a Operação Influencer, uma investigação que ganhou destaque nacional após implicar o ex-primeiro-ministro António Costa, e que apesar de uma recente decisão do Tribunal da Relação de Lisboa que desfavoreceu a posição do Ministério Público, não verá um abrandamento ou cessação dos esforços investigativos.
Esta posição surge num contexto em que o tribunal defendeu a ausência de indícios criminais no processo, o qual foi um dos fatores que conduziu à demissão de António Costa. No entanto, a PGR assegura que as investigações irão continuar, com o objetivo claro de apurar todos os factos que possam constituir prática criminosa, identificar os seus agentes e determinar responsabilidades.
Um dos focos desta operação envolve alegações de prevaricação ligadas à aprovação do novo Regime Jurídico de Urbanização e Edificação durante um Conselho de Ministros em outubro de 2023, algo que supostamente beneficiou a Start Campus. Esta investigação foi transferida para o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), embora, até o momento, não tenham sido designados magistrados responsáveis, nem Costa tenha sido ouvido ou constituído arguido.
Apesar dos obstáculos legais e da decisão da Relação de Lisboa, que manteve os arguidos da Operação Influencer apenas sujeitos a Termo de Identidade e Residência – a medida de coação menos gravosa – a Procuradoria mantém a sua intenção de levar a investigação até ao fim. Esta determinação destaca o compromisso da justiça portuguesa em clarificar quaisquer dúvidas e garantir que a lei seja aplicada de forma justa e imparcial, mesmo frente a figuras políticas de alto perfil.