Boris Johnson, o ex-primeiro-ministro britânico, enfrentou uma situação no mínimo irônica ao ser barrado numa secção de voto em South Oxfordshire por tentar usar uma revista como identificação. Johnson, que foi o responsável pela introdução do Ato Eleitoral de 2022 que exige identificação com foto para votar, viu-se enredado pelas próprias regras que promulgou.
Ao tentar votar na eleição de um comissário de polícia e crime para o Vale do Tamisa, Johnson foi prontamente rejeitado pelos funcionários do local de votação, que não aceitaram a capa da sua revista “Prospect”, onde o seu nome e endereço estavam impressos, como prova de identidade válida. Descrevendo o incidente, Boris Johnson afirmou: “Quero prestar um tributo especial aos três aldeões que, na quinta-feira, acertadamente mandaram-me embora quando apareci na secção de voto sem nada para provar a minha identidade, exceto a capa da minha cópia da revista Prospect”.
Após o episódio, Johnson retornou rapidamente com a sua carteira de motorista e conseguiu votar, apoiando o Partido Conservador. Este evento marca a primeira vez que muitos eleitores na Inglaterra e no País de Gales foram obrigados a apresentar identificação para votar, uma medida que já havia sido implementada em eleições locais do ano anterior.
A lei do Ato Eleitoral, que requer que os votantes mostrem formas aceitáveis de identificação com foto, tem sido alvo de controvérsia. A Comissão Eleitoral advertiu que esta nova regulamentação poderia excluir centenas de milhares de eleitores, incluindo pessoas com deficiência e de grupos étnicos minoritários. No ano passado, foi relatado que 14.000 pessoas não puderam votar devido à falta de uma identificação adequada.
Este incidente sublinha não só as ironias da política, mas também os desafios e as implicações sociais das novas leis eleitorais, reiterando as críticas de que poderiam servir mais para impedir do que para facilitar o processo democrático.