Contagem Decrescente: Crimes Ligados ao Caso BES à Beira da Prescrição”
O escândalo financeiro que abalou Portugal há uma década, envolvendo o Banco Espírito Santo (BES), está prestes a sofrer um novo revés. Cerca de 40 crimes associados a falsificação de documentos e infidelidade, com prejuízos estimados em 933 milhões de euros e imputados a Ricardo Salgado, ex-presidente do BES, e a mais 12 arguidos, estão em risco de prescrição até janeiro de 2025.
O julgamento, marcado para iniciar apenas em junho deste ano, parece tardio demais para garantir uma resposta judicial eficaz. A prescrição destes crimes, segundo informa o Observador, deve-se aos longos períodos processuais e às demoras na movimentação do sistema judicial português.
A situação é particularmente crítica para os crimes relacionados com a falsificação da contabilidade da holding Espírito Santo Services entre 2009 e 2014. Estes atos fraudulentos são apontados como uma das causas principais para o colapso do Grupo Espírito Santo (GES) e a subsequente resolução do BES pelo Banco de Portugal em agosto de 2014. Os prazos de prescrição para alguns destes delitos expiram já entre outubro e dezembro deste ano.
O Ministério Público imputa severamente a Ricardo Salgado e vários dos seus colaboradores próximos, como Amílcar Morais Pires, ex-CFO do BES, e Isabel Almeida, ex-diretora financeira do banco, entre outros. Os atos de gestão desleal que estes arguidos teriam praticado prejudicaram severamente o património do BES, implicando enormes perdas financeiras.
Com a adição de mais três juízes dedicados exclusivamente ao caso, espera-se que o julgamento possa avançar com maior celeridade. Contudo, a sombra da prescrição permanece, ameaçando deixar sem resposta um dos mais significativos casos de corrupção e má gestão financeira da história recente de Portugal. A comunidade aguarda, assim, ansiosa por desenvolvimentos que possam trazer alguma forma de justiça às inúmeras vítimas deste escândalo.