Ruben Amorim, apesar de estar no comando técnico do Sporting CP por pouco mais de quatro anos, marcou indelévelmente a história financeira do clube, gerando receitas superiores a 418 milhões de euros. Este montante impressionante, obtido através das transferências de jogadores e prémios da UEFA, ilustra a influência profunda do treinador no desempenho económico do clube.
Desde que assumiu o leme, Ruben Amorim, contratado por uma soma substancial de 10 milhões de euros ao Sporting de Braga, demonstrou um retorno sobre o investimento que excedeu todas as expectativas. Desde a sua célebre conferência de imprensa de apresentação, onde desafiou os críticos com a pergunta “E se corre bem?”, o técnico tem dado respostas categóricas através de sucessos consecutivos.
No mercado de transferências de 2020/21, o Sporting CP arrecadou 51,4 milhões de euros, apesar das saídas de jogadores-chave como Luciano Vietto, Marcos Acuña e Wendel. Contrariando todas as probabilidades, a equipa sagrou-se campeã nacional, quebrando um jejum de 18 anos, uma conquista que não incluiu ganhos financeiros da UEFA devido a uma eliminação precoce na Liga Europa.
Na temporada seguinte, beneficiando diretamente da entrada direta na Liga dos Campeões, o clube amealhou 45 milhões de euros em prémios da UEFA, apesar de uma receita reduzida de 16,7 milhões de euros em vendas de jogadores. O destaque desta fase foi a não venda de Nuno Mendes, uma gestão de ativos cuidadosa que reflete a estratégia de longo prazo de Amorim.
O ano de 2022/23, apesar de desportivamente mais fraco, revelou-se o mais lucrativo, com o Sporting a garantir 38,2 milhões de euros da UEFA, alcançando os quartos de final da Liga Europa, e realizando vendas significativas que totalizaram 131,8 milhões de euros, com destaque para as transferências de Matheus Nunes, João Palhinha e Nuno Mendes.
A atual temporada testemunhou um decréscimo nas receitas da UEFA, com o clube a arrecadar apenas 11,8 milhões de euros. No entanto, compensou esta queda com vendas substanciais de jogadores como Manuel Ugarte, Pedro Porro e Chermiti, num total de 123,5 milhões de euros, enquanto investiu cerca de 60 milhões de euros em novas contratações, destacando-se Morten Hjulmand e Viktor Gyokeres.
A gestão de Ruben Amorim não se limitou apenas à valorização dos jogadores, mas também à sustentabilidade financeira do clube, com um enfoque particular em melhorar as receitas e reduzir despesas. A sua saída potencial no final desta temporada pode representar um desafio para o Sporting CP, mas também um testemunho do seu legado de transformação e sucesso.
António José Duarte, economista, reflete sobre a possível saída de Amorim, destacando que, apesar do impacto significativo do treinador, o Sporting está mais bem preparado financeiramente do que em anos anteriores. A capacidade do clube para manter a estabilidade financeira, mesmo sem participação na Liga dos Campeões este ano, ilustra a robustez da estrutura financeira que Amorim ajudou a fortalecer.
Enquanto Ruben Amorim prepara-se para deixar possivelmente o clube, os adeptos e a direção sabem que o seu contributo vai muito além das vitórias em campo; ele redefiniu o Sporting CP como uma instituição sustentável e próspera, pronta para enfrentar o futuro com ou sem ele.