Humza Yousaf, pouco mais de um ano após sua eleição, anunciou a sua demissão como primeiro-ministro da Escócia e líder do Partido Nacional Escocês (SNP) nesta segunda-feira, 29 de abril. A decisão veio após uma crise política intensa desencadeada pelo rompimento da aliança parlamentar entre o SNP e os Verdes.
A tensão entre os partidos escalou quando o governo do SNP, liderado por Yousaf, anunciou que não cumpriria certos compromissos ambientais previamente acordados, particularmente algumas metas de redução de emissão de gases. Além disso, a suspensão da atribuição de medicação a menores transgénero para travar o processo de puberdade causou ainda mais divisões, levando a um cenário de instabilidade política.
Após o fim da coalizão, Yousaf tentou liderar um governo minoritário, esperando manter o apoio mínimo dos Verdes. Contudo, os Verdes acusaram o primeiro-ministro de “trair as gerações futuras”, aumentando a pressão sobre sua liderança.
Durante uma conferência de imprensa, Yousaf explicou sua decisão de renunciar, destacando que a reflexão sobre o futuro do partido e do país o levou à conclusão de que a relação entre SNP e Verdes poderia ser melhor reconstruída com uma nova liderança. “Informei o secretário nacional do SNP da minha intenção de me demitir do cargo de líder do partido”, declarou Yousaf, expressando não se arrepender da decisão de romper com os Verdes.
Patrick Harvie, co-líder do Partido Verde da Escócia, comentou a situação afirmando que, embora o SNP tenha o direito de formar um governo minoritário por ser o maior partido no Parlamento, os Verdes continuarão trabalhando de forma construtiva na oposição com qualquer primeiro-ministro que compartilhe valores progressistas e possa assegurar sua confiança.
Com a renúncia de Yousaf, o SNP prepara-se agora para um período de transição, onde um novo líder será eleito para assumir tanto a liderança do partido quanto o cargo de primeiro-ministro, garantindo a continuidade do governo nacionalista na Escócia.