Numa trama que parece saída de um thriller de espionagem, um jovem britânico de 20 anos foi acusado de orquestrar um plano de incêndio criminoso em Londres, visando propriedades ligadas à Ucrânia, alegadamente para beneficiar o estado russo. O acusado, Dylan Earl, de Leicestershire, supostamente tinha ligações com o grupo terrorista proscrito Wagner.
Segundo a Crown Prosecution Service (CPS), Dylan foi o cérebro por trás do ataque a duas unidades num parque industrial em Leyton, leste de Londres, no dia 20 de março, um sinistro que necessitou a intervenção de 60 bombeiros para ser controlado. As autoridades descreveram o ato como um grave ataque à segurança nacional, ligado diretamente a interferências estrangeiras.
Outros três homens foram também acusados em conexão com o caso, enfrentando acusações de incêndio criminoso agravado e, num caso, de aceitar benefícios materiais de um serviço de inteligência estrangeiro. Um quinto indivíduo foi acusado de possuir informações sobre atos terroristas.
O Secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, expressou profunda preocupação com o caso, afirmando que o sistema de justiça criminal britânico usará todo o seu peso para responsabilizar aqueles encontrados culpados de crimes ligados a interferências estrangeiras.
O chefe do Comando de Contra-Terrorismo da Polícia Metropolitana de Londres, Dominic Murphy, sublinhou a importância da investigação, ressaltando ser a primeira vez que acusações foram autorizadas sob o novo National Security Act de 2023, que foi projetado para combater ameaças de atividades hostis de estados contra a democracia, economia e valores do Reino Unido.
Os suspeitos estão previstos para comparecer ao Tribunal Criminal Central no Old Bailey, em Londres, no dia 10 de maio. Este caso sublinha a tensão contínua entre a segurança nacional britânica e as ações de estados hostis dentro das suas fronteiras.