Recentemente, a tensão entre Rússia e Polónia escalou a novas alturas com Vladimir Putin a mover armas nucleares táticas para a Bielorrússia, numa resposta clara às movimentações da NATO. O Presidente polaco, Andrzej Duda, alimentou esta tensão ao confirmar um encontro com o Primeiro-Ministro Donald Tusk, agendado para 1 de Maio, para discutir a possibilidade de deslocar armas nucleares de outro membro da aliança para território polaco.
Este movimento do Kremlin, visto como um sinal de dissuasão ao Ocidente, foi rapidamente classificado como uma “provocação” pela Rússia. O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Ryabkov, advertiu que a paciência do governo russo não é “ilimitada”. “Se a Polónia seguir o caminho de uma escalada maior – esses jogos verbais com armas nucleares – então isso significará uma nova ronda de tensões”, afirmou Ryabkov.
As declarações de Duda provocaram uma enxurrada de respostas furiosas, tanto de oficiais russos quanto do próprio Primeiro-Ministro polaco, que se viu surpreendido pelos planos do Presidente. A resposta do Kremlin veio pela voz do secretário de imprensa Dmitry Peskov, que prometeu “analisar a situação… e tomar todas as medidas retaliatórias necessárias para garantir nossa segurança”.
O Presidente bielorrusso, Aleksandr Lukashenko, também entrou na discussão, afirmando que dezenas de armas nucleares táticas já estavam posicionadas, marcando a primeira vez desde a era soviética que a Rússia desloca mísseis nucleares para um país estrangeiro.
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, foi ainda mais direta, avisando que quaisquer mísseis americanos na Polónia poderiam tornar-se alvos em caso de um conflito militar direto com a NATO. “Não é difícil supor que, se armas nucleares americanas aparecerem em território polaco, os objetos correspondentes entrarão imediatamente na lista de alvos legítimos para destruição em caso de conflito militar direto com a NATO”, declarou Zakharova.
Esta escalada de retórica reflete não apenas o estado frágil das relações entre a Rússia e a NATO, mas também o perigo iminente que tais movimentos representam para a segurança europeia e global.