André Villas-Boas, candidato à presidência do FC Porto nas eleições iminentes, criticou fortemente a recente parceria contratualizada entre a FC Porto SAD e a empresa Ithaka. A transação, que envolve a exploração comercial do Estádio do Dragão por um período de 25 anos, foi fechada por 65 milhões de euros (ME), um valor que Villas-Boas considera significativamente subestimado.
Em uma entrevista à SIC, Villas-Boas argumentou que a propriedade comercial do estádio vale pelo menos o dobro do valor acordado, criticando a gestão atual por não explorar melhor as oportunidades de mercado. “O FC Porto acaba de vender 30% das receitas comerciais. Realmente, é aí que haveria espaço de manobra. Acho que vale muito mais, pelo menos o dobro. Não temos dúvidas do parceiro, até porque estas subsidiárias descendem todas da Sixth Street. O parceiro é forte, mas os direitos comerciais valem muito mais do que 65 ME por 25 anos”, expressou Villas-Boas.
A crítica vem no contexto de uma campanha eleitoral acirrada, onde Villas-Boas tem questionado várias decisões da atual administração liderada por Pinto da Costa. Este acordo, em particular, foi revelado apenas nove dias antes das eleições, levantando questões sobre o timing da divulgação.
Além disso, Villas-Boas levantou preocupações sobre a possibilidade de renegociar o acordo, citando a falta de clareza sobre cláusulas penais em caso de rescisão imediata. “Estou disponível para analisar contratos e escolher o melhor caminho. Desconhecemos esse acordo. Não sei se o presidente está bem consciente sobre se há cláusulas penais relacionadas com a rescisão imediata. Se ele diz que não há, é um bom sinal para o FC Porto, porque é um sinal de renegociação com o parceiro. Isso seria muito bom”, explicou.
A posição de Villas-Boas reflete uma postura crítica em relação à atual gestão do clube, propondo uma abordagem mais deliberada e transparente nas decisões estratégicas que afetam o futuro financeiro e competitivo do FC Porto.