Pinto da Costa, o atual presidente do FC Porto, fez declarações explosivas em Vizela, acusando adversários de uma campanha eleitoral desleal. Durante sua campanha pela reeleição, ele denunciou que membros da sua lista e outros sócios do clube receberam telefonemas não autorizados pedindo votos para André Villas-Boas, seu oponente nas eleições.
A gravidade da situação levou Pinto da Costa a envolver um advogado especialista em direitos de privacidade, que considerou os telefonemas uma infração grave. “Já até membros da minha lista recebem essa chamada”, disse Pinto da Costa, indicando que as chamadas tinham acesso a dados privados dos sócios, o que poderia implicar uma violação da privacidade.
Pinto da Costa também comentou sobre os desenvolvimentos no novo centro de treinamento do clube na Maia, refutando alegações de que o projeto seria uma utopia. “Vocês vão poder ver o espaço, as obras, as maquetas e verificar que vai haver dez campos de futebol e muito mais”, afirmou, destacando que o projeto está bem encaminhado.
Além disso, ele respondeu às acusações de estar refém de investidores e do vice-presidente João Rafael Koehler, afirmando que não está refém de ninguém e criticando Villas-Boas por supostamente ter uma “obsessão” contra Koehler. Segundo Pinto da Costa, Koehler é criticado injustamente desde que decidiu apoiar sua candidatura.
Essas declarações ocorreram num contexto de campanha eleitoral acirrada para a presidência do FC Porto, onde Pinto da Costa busca a reeleição contra André Villas-Boas, que tem apresentado uma plataforma de mudança.
Telefonemas a sócios a pedir o voto em Villas-Boas: “Já tive conhecimento disso, inclusive estão a fazer mensagem porque têm, naturalmente, dados que não podem ter. Fizeram inclusive, já até membros da minha lista recebem essa chamada, mas não me vou pronunciar sobre isso porque já está um advogado especialista em direitos de privacidade a estudar o assunto, mas segundo ele me disse isto é muito grave, mas por isso eu não vou comentar.”
Foram membros da sua lista que lhe contaram? “Não, não, não contaram, receberam as chamadas a pedir o voto para a Villas-Boas porque tiveram acesso aos nossos dados dos associados.”
Visita amanhã às obras da Academia na Maia: “Vamos amanhã demonstrar e todos vocês vão poder verificar que o centro que vamos ter na Maia, a academia, que já estamos a construir, já estão lá os tratores. Vão poder verificarem logo que não era nenhuma utopia, que era um sonho realizável como está já a ser, que não era um chorrilho de mentiras, tudo aquilo que eu disse, é verdade. Amanhã vocês vão poder ver o espaço, vão poder ver as obras, vão poder ver as maquetas e vão poder verificar que vão haver dez campos de futebol, um mini estádio para mais de duas mil pessoas, um refeitório onde podem ser servidas 800 refeições, um posto médico de grande qualidade, um hotel onde podem estar hospedados simultaneamente 140 jovens e muito mais que verão Dizer que isto era uma utopia, amanhã podem ver se é uma utopia ou não? Espero que depois também o candidato da lista B vos leve a ver os terrenos que ele tem em Gaia. Mas peço-vos uma coisa, vão só um de cada vez porque não têm onde passar, nem onde estacionar o carro.”
Villas-Boas acusa-o de estar refém de um fundo e do vice-presidente João Rafael Koheler: “Não estou refém de ninguém, nem de nenhum fundo. Ele, aliás, parece que tem uma fobia contra os fundos, mas o pedido que foi apresentado no Departamento de Gaia também é um fundo que está por trás, portanto eu não sei qual é o fundo.
Guerra com João Rafael Koheler: “Ele é que parece que tem uma obsessão, que eu explico porque, contra o Dr. João Koehler. O Dr. João Koehler foi uma pessoa que realmente neste mandato nos ajudou dentro de tudo, de contratos vistos e revistos pelos auditores, pelo Conselho Fiscal, e a partir do momento em que foi convidado pela lista B para a integrar e não aceitou, e no momento em que aceitou dar-me a honra de ser meu vice-presidente, passou a ser uma ovelha negra, passaram os fundos a ser uma tragédia, passou tudo de mal, passaram inclusive a meter-se na vida pessoal e particular dele. Portanto, isso é um caminho que eu não quero seguir.”
Insultos: “Na minha campanha, ninguém insulta ninguém, ao contrário da deles, ninguém insulta ninguém, todos poderão ter as suas opções. Agora, não vamos admitir que estejam a fazer o que fazem, com chorrilhos de mentiras, e no momento próprio serão chamados às responsabilidades que têm e a justificar aquilo que têm dito da normal.”
Está otimista para uma vitória? “Estou com um sentido de responsabilidade e de dever que entendi que, perante o que estava a ser apresentado, não podia fugir às responsabilidades. Agora, os sócios escolherão, tenho o meu projeto, a minha academia, tenho um projeto de melhorar a minha equipa de futebol, todas as estruturas, os outros têm outro projeto. No meu projeto não cabem Zubizarretas, homens que estão desempregados há quatro anos, que foram despedidos do Barcelona, que foram despedidos de Marselha e que nada fez. Foi um grande guarda-redes, não há dúvida nenhuma, mas que nada fez. Naturalmente gostava de saber quanto é que vai ser o ordenado dele, numa quebra de custos, se justifica. Uma pessoa que, repito, nos dois grandes clubes onde esteve foi despedida e que está desempregada há quatro anos.
Candidatura: “É com o dever de ter que impedir que se façam determinadas coisas, os sócios agora escolhem. Agora, eu fazia um apelo aos sócios o seguinte: não é que não vejam, não leiam, por favor, vejam os programas da CMTV, vejam todos aqueles ‘paineleiros’ que lá estão a comentar, leiam o Correio da Manhã, leiam o Record e depois vejam estes jornais querem o bem do FC Porto ou querem o mal? Se entenderem que acham que eles querem bem ao FC Porto e que falam verdade, apoiem a lista B quem eles apoiam.