Numa noite que se prometia épica, o Benfica conseguiu uma vitória preciosa, ainda que por margem mínima, contra o Marselha nos quartos de final da Liga Europa, um resultado que, embora represente um triunfo, deixa um sabor agridoce pelo potencial de uma vantagem mais robusta desperdiçada. Num Estádio da Luz vibrante, não só pelo futebol mas também pela emocionante homenagem a Sven Göran Eriksson, antigo treinador dos encarnados agora a lutar contra um cancro, o jogo transformou-se numa ode ao futebol, repleto de estratégia, paixão e, infelizmente para os lisboetas, de oportunidades perdidas.
Desde o início, o Benfica mostrou-se superior em todas as frentes, construindo jogadas perigosas, principalmente através de incursões pelo flanco direito, mas a sua incapacidade de finalizar com mais eficácia deixou a porta aberta para o Marselha alimentar esperanças de virada no confronto. Aos 16 minutos, Rafa abriu o placar, materializando a superioridade benfiquista numa jogada que parecia prenunciar uma noite de glória incontestável. No entanto, a incapacidade de concretizar as inúmeras oportunidades geradas, incluindo uma chance dourada desperdiçada por Tengstedt, manteve o Marselha no jogo.
O segundo tempo trouxe mais do mesmo, com o Benfica a dominar e a desperdiçar chances, até que Di Maria, substituindo David Neres, deixou a sua marca, elevando o resultado para 2-0, num momento que parecia selar definitivamente o destino da partida. Contudo, um gol de Aubameyang aos 67 minutos, fruto de um erro defensivo, reacendeu as esperanças do Marselha, transformando o que poderia ter sido uma vitória confortável numa luta tensa pela sobrevivência.
Enquanto o Benfica segue com vantagem para o jogo de volta no infernal Vélodrome, a equipe sabe que enfrentará um adversário ainda crente na possibilidade de reviravolta, obrigando os encarnados a uma exibição de maior eficácia e resiliência. Numa noite que homenageou um rei do banco de reservas, o Benfica teve a chance de reinar supremo, mas deixou um pássaro escapar, criando um cenário de incerteza e emoção para o segundo ato desta epopeia europeia.