Em um veredito que ressoa com uma gravidade sem precedentes no mundo dos negócios globais, Truong My Lan, presidente do colosso imobiliário Van Thinh Phat (VTP), foi condenado à morte por um tribunal vietnamita. Esta sentença radical vem à luz após acusações de que Lan desviou fundos do Saigon Commercial Bank (SCB) por uma década, uma traição financeira que, segundo o júri, “corroeu a confiança das pessoas na liderança do Partido [Comunista] e do Estado”. Este julgamento histórico, realizado na vibrante cidade de Ho Chi Minh, marca um ponto de inflexão na campanha anticorrupção agressiva do Vietnã, denominada “Forno Ardente”, que tem sacudido os pilares mais altos do poder político do país desde 2022.
A prisão de Lan em outubro de 2022 não foi apenas um evento marcante, mas também um símbolo potente do compromisso do Vietnã em erradicar a corrupção, um movimento que já viu figuras de alto escalão, incluindo o próprio presidente do Vietnã, Vo Van Thuong, renunciar sob o peso das investigações. Este escândalo envolvendo a VTP, uma das empresas imobiliárias mais proeminentes do Vietnã, lança uma sombra longa e inquietante sobre o setor financeiro e imobiliário do país, suscitando preocupações sobre a integridade de outras instituições e o impacto potencial nas perspectivas econômicas nacionais.
Com a indústria imobiliária já enfrentando tempos tumultuados — evidenciado pelo êxodo de cerca de 1.300 empresas do mercado em 2023 e pela adoção de estratégias desesperadas para atrair compradores —, este julgamento sublinha os desafios que o Vietnã enfrenta ao tentar se estabelecer como um bastião de confiança e estabilidade econômica na Ásia. O secretário-geral do Partido Comunista, Nguyen Phu Trong, ecoou um sentimento de resiliência, prometendo que a luta anticorrupção “continuará a longo prazo”, uma declaração que, embora esperançosa, revela a magnitude da batalha pela integridade que se avizinha.