Em um cenário político onde a eficiência e a austeridade são palavras de ordem, o Chega lança um olhar crítico sobre a recente expansão do Governo de Luís Montenegro. O partido, que se posiciona ideologicamente mais próximo do PSD do que do PS, expressou seu descontentamento com o que considera um inchaço burocrático do novo Executivo.
Pedro Frazão, deputado do Chega, não poupou palavras ao comentar a situação: “O PSD, que já tinha igualado o grande número de Ministros do PS, conseguiu agora ultrapassar o enorme número de Secretários de Estado! Nem quero imaginar o séquito de gabinetes que está a ser montado… e o contribuinte paga!”
A declaração de Frazão, feita nesta quinta-feira, reflete uma preocupação com o crescimento do aparato governamental e o impacto financeiro que isso pode ter para os cidadãos. O XXIV Governo Constitucional, sob a liderança de Luís Montenegro, é composto por 18 ministros e 41 secretários de Estado, totalizando 59 governantes. Em comparação, o último Governo de António Costa começou com 56 governantes, divididos entre 18 ministros e 38 secretários de Estado.
No entanto, é importante notar que o Governo de Montenegro não é o maior na história recente de Portugal. O XXII Governo Constitucional, entre 2019 e 2022, contava com 20 ministros e 50 secretários de Estado, somando 70 governantes, o que o torna o mais numeroso desde a Revolução dos Cravos em 1974.
Outros governos também tiveram números elevados de governantes, como o VIII Governo Constitucional (1981-83) de Francisco Pinto Balsemão, com 60 governantes, e o XIV Governo Constitucional (1999-02) de António Guterres, também com 60 governantes.
A questão que se impõe é: o aumento no número de secretários de Estado traduz-se em maior eficácia administrativa ou representa apenas mais uma carga para os contribuintes? O debate está lançado, e as opiniões dividem-se entre a necessidade de uma estrutura governamental robusta e a demanda por uma gestão mais enxuta e económica.